Todos os dias, quando acordava, insistia em lembrar do que não havia acontecido. Estranha mania aquela: de sentir falta do que nunca teve, do que nunca viveu, de quem nunca a amou, do que nunca...nunca. Gostava de pensar no tempo, acreditava que ele realizaria todos os seus desejos...mas não se sentia capaz de esperar ...
No entanto, deixou que o tal tempo resolvesse a sua vida: encarregando-o de retirar todas as lembranças, mas só aquelas: os beijos que não foram dados, os abraços que tiveram que ser guardados, as palavras que não ecoaram, o arrependimento de não ter sentido, quando isso lhe foi permitido...
"Senhor Tempo, quando é que o meu querer estará em sintonia com o meu viver ?", esta pergunta residia em seus pensamentos...mas não adiantava, a resposta não vinha: ainda não estava no tempo...