Era para ser um acontecimento. Mas foi um evento.Quando os vi, eu chorei. Eu desejei não estar lá, no evento, que deveria ser só um acontecimento. Eu chorei. Meu peito doeu. Eu quase morri sufocada. Você sempre me deixando sem ar, não é? Mas dessa vez, não me devolveu o ar roubado...Sem devoluções, sem volta, no way, não eu...
Te observei da minha montanha- você sorria daquele jeito...sem jeito. Eu sorria por fora.Você viu, eu sei que viu...Ficou na minha memória, bem vivo, o que não aconteceu naquela noite. Sempre é noite quando não acontece. Faltam estrelas. Eu sei que o teu olhar apaga. Eu vejo e dói. Há algo meu em você, mas há muito mais de você em mim. Eu sei. Então, eu sofro mais. Eu pedi a Deus para me ajudar a te esquecer. Foi naquela mesma noite em que as estrelas faltaram. Eu vi. Eu senti a sua mão no meu corpo, mas ela não me acalentou. Pela primeira vez, eu senti a frieza de seu corpo. E preferi não ver as estrelas que teus olhos sempre me revelaram. Hoje, ficaram os buracos negros. A lacuna resta. Agora é o tempo, é o tempo...é o vento que vai e vem e traz e leva e deixa e arrasa, derruba prédios, nina o mar...
Espero que moremos no esquecimento.Não desejo, mas é o que peço, é do que preciso para ser conformamente infeliz. Eu vou esquecer de nós, mas nunca esquecerei você, mesmo se eu achar que tenha esquecido, sua imagem ainda estará tatuada em meu coração.Eu sei, mas isso é só uma questão pronominal: nós ou você, tanto faz porque estamos indo de volta pra casa: eu, pra minha; você, pra sua.