Romã com travesseiro nasceu da minha vontade e da necessidade de escrever.Falar do mundo, falar de tudo...O nome saiu de uma música do grupo Legião Urbana, chamada:"se fiquei esperando meu amor passar", na qual o eu lírico diz:"sei rimar romã com travesseiro".Sempre pensei em qual seria o "porquê" deste verso, o que queria dizer....Pesquisei ,li, reli e cantei a letra diversas vezes ...A minha conclusão(temporária) foi que o amor permite que coisas aparentemente impossíveis aconteçam, o amor dá a liberdade para que possamos fazer tudo, inclusive "rimar romã com travesseiro".Talvez não tenha sido esta a intenção dos autores , mas como leitora tenho todo o direito de fazer a minha (re)leitura, a minha interpretação...Romã com travesseiro é uma rima impensada, mas não impossível.







segunda-feira, 25 de julho de 2011

Homicídio

Hoje a ferida foi reaberta
Acho que você  nunca vai cicratizar
Você consegue me deixar triste
Sem precisar fazer nada
Você consegue me deixar feliz
Fazendo quase nada
Assim, entre a felicidade e a tristeza
que você causa em mim
Existe uma linha tão fina
Quanto aquelas da teia de aranha
Quando lembro que você existe
Vive, respira sem ter a necessidade
 minha que eu tenho de você...

Ouço sons que me lembram seu sorriso
Vejo alguém que me leva à sua presença
Sinto o vento e sou levada pela imaginação
A sentir o teu toque...
Que triste é meu fim, meu estado
Gostar de você não é uma escolha
É uma loucura que se apoderou
De minha  mente,tornando-a insana

Eu quero te esquecer
Diz que não gosta de mim
Eu preciso ouvir um não tão
triste quanto a tua ausência
Eu preciso te matar em mim
Para que eu não morra sem você

domingo, 24 de julho de 2011

"Desculpe,estranho...Eu voltei mais puro..."

Todos os dias sentia a mesma coisa: a sensação de não  se encaixar neste mundo... E não é que não gostasse de nada que via; era a certeza de ter que ver e sentir aquelas coisas, que para alguns  era fonte de alegria e a ela lhe causavam nojo e piedade.Será que via além? Ou será que não via nem o que os outros viam...Não se sabe, não se saberia: ao menor questionamento, lhe tomariam como louca. Mas não dizem que os loucos- incensuráveis pelas vergonhas humanas- são mais sinceros em tudo que dizem? O mundo não saberia lidar com suas inseguras certezas. Assim, desejava conhecer um outro planeta, no qual a sua estranheza se transformasse em qualidade, e a sua forma diferente de conceber a realidade não fosse doença. Quis ser livre. Livre.Talvez feliz.Talvez menos triste.Quis viver...E para isso tomara uma decisão: pegaria um ônibus espacial. Pagaria tudo o que tinha para ser normal em um lugar estranho com pessoas estranhas.Queria se sentir amada e acolhida, não sabia por quem, só sabia que aqui, neste mundo, isso nunca iria acontecer. Já tinha experimentado,e a dor resultante de tais tentativas era muito superior a pior dor que um ser humano normal poderia suportar...E ela suportara.Tão pouco desejava da vida, que este pouco não foi visto, nem sentido.Agora só lhe restava conhecer outros seres.Talvez aqueles que viviam em sua imaginação...Nesta noite, em  que esperava a sua vez de ser executada pelo crime de querer ser normal num mundo de pessoas estranhas, visitou outros lugares. Tomou  o ônibus espacial. Mas teve que retornar assim que seu nome foi chamado: era a voz do carrasco, que levaria de uma vez por todas a sua vida. Só neste momento percebeu que talvez já estivesse morta há muito tempo, desde o dia em que mataram os seus sonhos, chamando-os de loucura.
Não sabiam eles que sem sonhos é impossível permanecer vivo.